sexta-feira, 23 de setembro de 2011

da roedeira nossa de cada decepção

Também faz parte da saga da mulher solteira a famosa e maravilhosa dor de cotovelo. São momentos épicos, quase um ode à dor. Um ritual sagrado de culto à saudade. São momentos em que as lembranças chegam em avalanche e a pessoa degusta com prazer.

Tem que ter trilha sonora, claro. E quanto mais deprê mais o momento fica triunfal. Waldick Soriano sempre é boa companhia das dores dos desamores. Torturando esse ser que te adora, vamos desfrutando do nosso momento, só nosso. Acenda um cigarro e beba mais um gole. Momentos como esses são intensos e passam rápido.

Pelo direito nobre de roer. Roa ratinha solteira, o rei de Roma te deixou na sarjeta da solidão. No melhor estilo brega, aumente o som e viva a sua dor de cotovelo. Nesse quesito vale até o Tecno Brega do Vício Louco minha nêga, mas tudo tem que ser regado a uma boa e sagrada bebedeira. Que mal faz uma roedeira? E quem nunca roeu que atire o primeiro copo.

Nelson Gonçalves que o diga. Mestre em cotovelos roxos ele vivia a dor com a beleza de um amante. Corria pra um botequim, cantava as mágoas de um caboclo solitário no regresso à boemia. Tudo na mais perfeita classe.

Mas seu mundo não caiu cara Maysa contemporânea, se avexe não cumadre, que a tampa da sua frigideira uma hora aparece. Mesmo que furada, um cacareco, é a sua tampa, do seu número, vai te servir muito bem.

Enquanto isso, vai viva a roedeira nossa de cada decepção ao som do mestre.





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