terça-feira, 27 de setembro de 2011

a outra face da 'outra' ou da espécie homo sapiens loroteiros

Finalmente a solteira encontra o pretenso par perfeito, aquela criatura que a faz sentir moradora da nuvem cor de rosa, o macho alpha number one, erupção de testosterona por metro quadrado de homem, liberação de serotonina por cada segundo ao lado dele, o cara... até que vem a notícia: casado??? How? É amiga, é nesse momento que você percebe que seu mundo caiu Maysa e você passou de affair para ser a 'outra'. Pede pra sair zerodois que confusão é grande.

Conselho? Marque carreira e corra léguas. Não somente pela questão moral, da preservação da família e todo esse papo chato que os moral cruzards insistem em incutir na gente. Prefira distância porque o barco é furado mesmo e o balde do desespero não poderá resolver.

A conversa é sempre a mesma: estou me separando. É praxe. Isso quando ele não transfere a culpa para a oficial, no quesito pulada de cerca eu já soube de cada história, de possíveis surtos até a desculpa de que a esposa não suportaria a dor da separação e morreria. Presunçoso? Não gata, safado mesmo. E como dizem os mais velhos: desculpa de amarelo é comer barro. Nessa conversa você cai se quiser amada. O fato é que assim que ele conseguir o que queria, você será página virada descartada do folhetim da criatura apodítica.

Nesta seara sobra sempre para a famosa 'outra', ou seja, a coitada que foi enganada sobre o estado civil do moçoilo. É nessa hora que a solteira da espécie 'outra' passa a ser alvo das comprometidas, fica na mira dos comprometidos e vira assunto entre a humanidade hipócrita nesse mundo de meu Deus. A 'outra' enganada sofre mais que a Helena de Manuel Carlos, como diz uma amiga minha, e haja sofrimento. O fato é que a 'outra' é na verdade uma incompreendida.

Os casos de paixão extrema, amor incontrolado e blábláblá estão fora da pauta. Casos como estes podem aparecer no script de qualquer reles mortal. Estou me referindo às vítimas do homo sapiens loroteiros, espécie de homo sapiens que estão de plantão em qualquer ambiente, prontos para contar a mesma história de sempre, para todas.

O fato é que existem pessoas que nasceram para serem poligamicas, solteiros natos, com uma desenvoltura no quesito lorota de causar inveja em qualquer narrativa jurídica. Estas pessoas quando estão numa relação monogamica o óbvio acaba por acontecer: traição.


Os loroteiros são peritos em persuasão, dois dedos de prosa e está lá, você acaba acreditando piamente na conversa do bonitão. O estrago piora ainda mais se você resolve ligá-lo, mandar e-mail ou coisa do tipo, quando a patroa desconfia ele vai culpar nada menos do que você que é a 'outra' e vai te rebaixar à categoria 'aquela'. Pra cima de mim seu cabra?


Na realidade homens da espécie loroteiros, são uns covardes de marca maior, quase um prato de papa de tão mole que são quando estão frente à frente da confusão. Se você, gata solteira, não está a fim de entrar numa fria, melhor não se envolver, antes que você de mocinha vire vilã dessa novela nossa de cada solteirice.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

da roedeira nossa de cada decepção

Também faz parte da saga da mulher solteira a famosa e maravilhosa dor de cotovelo. São momentos épicos, quase um ode à dor. Um ritual sagrado de culto à saudade. São momentos em que as lembranças chegam em avalanche e a pessoa degusta com prazer.

Tem que ter trilha sonora, claro. E quanto mais deprê mais o momento fica triunfal. Waldick Soriano sempre é boa companhia das dores dos desamores. Torturando esse ser que te adora, vamos desfrutando do nosso momento, só nosso. Acenda um cigarro e beba mais um gole. Momentos como esses são intensos e passam rápido.

Pelo direito nobre de roer. Roa ratinha solteira, o rei de Roma te deixou na sarjeta da solidão. No melhor estilo brega, aumente o som e viva a sua dor de cotovelo. Nesse quesito vale até o Tecno Brega do Vício Louco minha nêga, mas tudo tem que ser regado a uma boa e sagrada bebedeira. Que mal faz uma roedeira? E quem nunca roeu que atire o primeiro copo.

Nelson Gonçalves que o diga. Mestre em cotovelos roxos ele vivia a dor com a beleza de um amante. Corria pra um botequim, cantava as mágoas de um caboclo solitário no regresso à boemia. Tudo na mais perfeita classe.

Mas seu mundo não caiu cara Maysa contemporânea, se avexe não cumadre, que a tampa da sua frigideira uma hora aparece. Mesmo que furada, um cacareco, é a sua tampa, do seu número, vai te servir muito bem.

Enquanto isso, vai viva a roedeira nossa de cada decepção ao som do mestre.





terça-feira, 6 de setembro de 2011

da paquera nossa de cada solteirice

Depois do fim daquele relacionamento que você apostou suas fichas de esperança, passadas as fases do the end, veio a decepção cravada, as famosas e já citadas aqui promessas da ressaca do fim e blá blá blá, até que chega uma hora que FINALMENTE - em caixa alta- você toma uma decisão: se jogar pra vida. É chegado o momento de pesquisar o circuito de baladas, refazer amizades e cair com tudo no roteiro dos solteiros life style 'à procura da batida perfeita'.


A paquera nossa de cada solteirice se instala e ai você se dá conta de algo desesperador: o tempo passou e você não sabe mais paquerar. And now? Ilha de Lost sem Google maps cumadi e cumpadi, situação mais difícil que vida de pitomba em boca de banguelo, fera. Mas calma lá, seu mundo ainda não caiu Maysa perdida, um pouco de paciência e treino no espelho você retoma o charme que lhe é peculiar.


Se você é descolada ou descolado, o tempo entre a constatação do seu destreino até a recuperação do título de atiradora ou atirador de elite vai ser mais curto que cabelo de sapo. Para os tímidos de plantão, a situação torna-se uma missão quase impossível. Mas nada de se descabelar, tudo é uma questão de treino e dedicação, sim, porque tudo na vida precisa de empenho e no quesito paquera não podia ser diferente.


Então você decidiu ir pra farra. Auto confiança é fundamental para toda e qualquer empreitada, sobretudo, quando se trata daquele macho alpha que exala testosterona e você está de olho faz tempo. Lembre-se você pode não ter o padrão de beleza da capa de revista francesa, mas você é inteligente, simpática e tem outros atrativos irresistíveis. A descontração também é primordial para atrair os olhares de quem saltou aos seus olhos, pra quê ir pra balada justamente quando seu humor está carrancudo? Positividade atrai seu semelhante. Com a junção entre auto confiança e descontração você poderá dominar o mundo, se joga muchacha.


No quesito olhar 43, muitas mulheres adotam o famoso charminho. Aquele que vem acompanhado da viradinha de rosto assim que o broto corresponder a olhada. Pra ser sincera, sou adepta do 'o que é bonito é pra ser secado'. Viradinha pra mim é perda de tempo. Encarar o broto legal chega a ser sinônimo de atitude e de boa, se ele te achar 'jogada', ele é um grandissíssimo paspalhão machista, parte para outro alvo, perde tempo não. Mesmo assim acredito que toda estratégia é válida para ser feliz na paquera. Secando ou não. Aproveite a fila do banheiro para puxar assunto, passe ao lado e esbarre, faça cara de tímida, mostre interesse, dance, sensualize, enfim gata, tem um arsenal de estratégias para você explorar.


Treine no espelho quando ninguém estiver por perto. Há segredos que levaremos para o túmulo amiga. Aproveite seu estado civil solteira para fazer coisas que quando estamos com alguém torna-se tarefa difícil, como colocar aquela máscara de limpeza de pele, pepinos no olho e dormir com calcinha furada. Treine, qual é o problema disso? Dedicação no charme nunca é demais. O que importa é ser feliz e receber com alegria a chegada de uma nova fase na sua vida. Lembre-se que 'mistérios sempre há de pintar por ai'.



Esteja certa que na paquera muitos Hoochie Coochie Man irão cair aos seus pés.